As qualidades
humanas representam um papel mais importante do que os conhecimentos e o
próprio domínio das técnicas uma vez que é mais difícil ensinar um sentido de
serviço ou compromisso a uma pessoa com amplos conhecimentos e capacidades
técnicas do que dar esses mesmos conhecimentos e técnicas a uma pessoa com
qualidades humanas, comprometida com as pessoas.
Assim,
as principais qualidades humanas necessárias para se ser um Assistente Social
competente são:
• Sensibilidade social: exige uma
capacidade de perceber e responder às necessidades, problemas, emoções,
preferências e maneiras de pensar do individuo e daquilo que ele é e quer;
capacidade de perceber a dor que não se vê.
• Convicção e confiança nas pessoas e na sua
capacidade de realização e resolução dos problemas: é necessário que o
trabalhador social esteja convencido de que todas as pessoas são capazes,
impulsionando-as a ser protagonistas da resolução dos seus próprios problemas e
a sair da sua situação. No entanto isto não basta, é preciso dar às pessoas
meios para viver, e ajuda-las ou criar condições para que estas encontrem,
antes de mais, uma razão.
• Capacidade para a motivação e estimulo:
capacidade de movimentar, orientar e activar comportamentos, de induzir a acção
para que o individuo consiga alcançar as suas metas pois, os programas de
trabalho social dependem da motivação e interesse das pessoas envolvidas para
serem meios activos do próprio processo e na mudança da situação. Para que isso
possa acontecer é necessário algum entusiasmo e optimismo. O assistente social
tem que ser capaz de gerar iniciativas e sugerir soluções para os problemas,
respeitando liberdade de opção e de escolha de cada pessoa.
• Aptidão para o relacionamento humano:
capacidade para as boas e para potencializar encontros. Isto não significa que
o assistente social tenha que ter um estilo de relacionamento agrade a cada um
dos seus clientes mas exige uma táctica de trabalho com base na “sedução” como
forma de estabelecer relações de simpatia e de confiança com as pessoas,
oferecendo afecto e interesse pelo cliente. Isto exige uma capacidade de
superar as situações tensas e de conflitos, assumir a diversidade de maneiras
de ser e, também, a capacidade de compreensão das falhas do outro.
• Maturidade humana: assumir a
responsabilidade dos seus actos e dos compromissos, perceber os factos de
maneira realista, aceitar as outras pessoas como indivíduos únicos, diferentes
e insubstituíveis, capacidade de agir com equilíbrio.
• Fortaleza e afinco para vencer dificuldades:
é preciso sermos perseverantes e agir sabendo que as dificuldades existem e que
temos que ultrapassá-las.
No
entanto, e apesar de estas serem características muito importantes, são
necessários, também alguns conhecimentos e tácticas adquiridas durante a
formação do profissional.
São
elas:
• Empatia e distanciamento: o assistente
social deve criar alguma empatia o cliente, no entanto não se deve envolver
demasiado emocionalmente para que se mantenha objectivo e consiga alcançar os
seus resultados;
• Pragmatismo e criatividade: o
profissional deve ser capaz de criar soluções com base nos recursos
disponíveis;
• Sinergia: capacidade de movimentar as
várias energias e os seus conhecimentos para a resolução do problema;
• Flexibilidade e coerência: o assistente
social deve estar disponível para ouvir o seu cliente sempre que ele a
solicita, sem ter um horário rígido. Deve tratar todos os seus clientes de
igual forma.
• Avaliação e estratégia: a avaliação
deve sempre ser parte integrante do trabalho de um assistente social por forma
de este desenvolver a sua capacidade critica e melhor perceber os seus erros
para, assim, desenvolver uma estratégia melhor e mais eficiente.
• Análise e síntese: a análise da
intervenção é um factor importante que contribui para uma melhor avaliação e,
também, para a síntese dos pontos positivos e negativos que irão contribuir
para a definição de uma nova estratégia.